Fui convidado para a festa de aniversário de casamento de 45 anos de meu
tio.
Compareci e dei um abraço nele e em minha tia. Ele me agradeceu, mas ela
nada
disse. Não por falta de educação, mas porque não tem condições para falar.
Há 27 anos vitimada por uma trombose cerebral está acamada, sem falar ou mexer
um músculo sequer. Mas mesmo assim meu tio fez questão de celebrar a data. E a
chama de meu amor como um eterno apaixonado.
Ela nada diz, apenas olha. E há quase 3 décadas que esta família se
reveza em cuidados para com minha tia que ficou inválida. Fazem papinha, trocam
fralda, levam da cama para a cadeira e ainda a chamam de MEU AMOR...
Notícias assim não saem na mídia, não dão ibope, não são divulgadas...
Os órgãos de comunicação preferem os escândalos, naturalmente motivados
pela nossa ânsia em saber sobre fatos lamentáveis.
Há muitos heróis anônimos por ai vivenciando o amor junto aos seus
familiares.
Ah, o amor é assim: serve, colabora, auxilia, renuncia e jamais
abandona. Com amor nenhum fardo é pesado demais. Sem amor as mínimas
dificuldades familiares são intransponíveis e motivos para deserção e
esfacelamento da família.
Já alertavam os Espíritos amigos que se os laços de família se romperem
haverá um recrudescimento do egoísmo. Por isso julguei oportuno divulgar este
fato que presenciei. Naturalmente que eles enfrentam suas dificuldades, mas
estão juntos, estreitando os laços de família.
E mais interessante ainda se torna este exemplo por estarmos no modismo
dos relacionamentos descartáveis, em que se troca ininterruptamente de parceiro
em busca da felicidade. Mas eis que essa felicidade jamais será encontrada
nessa troca incessante patrocinada pelas paixões fugazes.
A felicidade está atrelada ao amor que oferecemos ao mundo. Quanto mais
amor oferecermos ao mundo mais felizes estaremos porque traremos conosco o mais
precioso tesouro: a consciência tranqüila do dever cumprido que advém do
auxiliar, colaborar, renunciar...
A vida na Terra é sempre pródiga em oportunidades de progresso.
Cabe-nos, então, aproveitar todas essas chances no mais abençoado educandário
ao qual estamos vinculados: nossa própria família.
Pensemos nisso.
Wellington Balbo – Bauru SP
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