Temos
sempre algo mais a aprender. Não
somos pessoas acabadas às quais nada
mais possa ser acrescentado.
É por
isso que, aqueles com ouvidos de ouvir e olhos de ver se encantam com as
pérolas que descobrem em toda parte.
Quando
menos se espera, eis uma preciosidade a se apresentar.
Não foi
diferente com um antropólogo que foi à África com o objetivo de estudar usos e
costumes tribais. Concluída sua tarefa, aguardava o transporte que o conduziria
ao aeroporto, de retorno ao lar.
Observando
as crianças que brincavam, resolveu propor uma brincadeira-desafio. Adquiriu
doces variados, e os colocou em um cesto, com um belo laço de fita, debaixo de
uma árvore.
Aí,
chamou as crianças e lhes disse que quando ele gritasse a palavra: Já! , elas
deveriam correr até o cesto.
O
vencedor ganharia todas as guloseimas que ele continha.
As
crianças se posicionaram na linha demarcatória que ele desenhou no chão e
esperaram pelo sinal combinado. Quando ele disse Já! , elas se deram as mãos e
saíram correndo em direção à árvore. Chegando lá, começaram a distribuir os
doces entre si e a comerem felizes.
O
antropólogo foi ao encontro delas e lhes perguntou por que tinham ido todas
juntas se uma só poderia ficar com tudo que havia no cesto e, assim, ganhar
muito mais doces.
Elas
simplesmente responderam: Ubuntu, tio. Como uma de nós poderia ficar feliz se todas as outras
estivessem tristes?
Ubuntu
é uma antiga palavra africana, cujo significado é humanidade para todos. Ubuntu
também quer dizer sou o que sou devido ao que todos nós somos.
Que
bela filosofia! Totalmente acorde ao amor ao próximo como a si mesmo, ensinado
por Jesus.
Como
posso ser feliz tendo tanto se meu irmão padece fome e frio?
Como
posso ser feliz enquanto meu irmão padece por falta de medicamentos?
Por que
devo desejar tudo para mim e não deixar nada para meu irmão?
Verifiquemos
como, em tantas oportunidades, nós mesmos, na qualidade de pais, incentivamos
nossos filhos a apanharem tudo que podem para si.
Basta
que recordemos das festinhas, onde são distribuídos brindes e guloseimas. Alguns
pais chegam a entrar na brincadeira para conseguir algo mais para os seus
filhos.
Estamos
incentivando o egoísmo em detrimento do amor ao próximo, do partilhar, do ficar
feliz repartindo com o outro. Isso é um grande promotor do tudo para mim, sem
me importar com o semelhante.
Pensemos
nisso e principiemos a vivenciar mais o partilhar, o dividir, ensinando, aos
demais, nossos filhos, desde pequeninos, a assim proceder.
Recordemos
que todos, ansiamos por um mundo melhor, mais justo. Façamos a nossa parte,
desde o hoje.
Redação
do Momento Espírita, a partir de fato narrado pela jornalista Lia Diskin, no
Festival Mundial da Paz, em Florianópolis, SC, no ano de 2006.
Em
29.09.2011.
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