A seguir, reproduziremos um caso relatado pelo Dr. Ícaro Alves Alcântara - Médico docente da
disciplina SEMIOLOGIA do UNICEUB - Centro Universitário de Brasília.
disciplina SEMIOLOGIA do UNICEUB - Centro Universitário de Brasília.
Há cerca de um ano, atendi no HFA uma senhorita dos seus "quase 30 anos” com uma ENXAQUECA bastante comum: Cefaléia (Dor de cabeça). A paciente relatava que já havia passado por otorrinos, oftalmo, neuro, clínico e até endocrinologista, com as prescrições dos mais diversos tratamentos e a presunção de várias hipóteses diagnósticas, sem qualquer melhora, entretanto. Durante sua consulta, entre várias perguntas habituais, questionei o quanto de ÁGUA ela bebia por dia e de que forma (ou seja, com qual periodicidade). A mesma me afirmou que bebia pouquíssima água, porque não sentia sede, principalmente à noite. Após várias outras perguntas, suspendi todos os medicamentos e disse-lhe que ela precisava apenas tomar água adequadamente.
O próprio corpo humano é constituído em 70% por água que, em constante movimento, hidrata, lubrifica, aquece, transporta nutrientes, elimina toxinas e repõe energia, entre inúmeras outras utilidades.
Preconiza-se o número de 1 copo de 200ml de água por hora em que se estiver acordado.
Assim sendo, a ingestão de água deve ser independente da sede, constante e rigorosa.
E não adianta deixar para tomar os 2 a 3 litros necessários diariamente de uma só vez. Estudos mostram que o estômago capacita apenas 12ml/kg/hora, ou seja um adulto não conseguirá tomar mais de um litro de uma só vez sem "passar mal".
Se você ainda não se convenceu, observe:
desvitalização dos cabelos;
descamação do couro cabeludo;
distúrbios de concentração;
sono e memória, com perda da disposição para realização das atividades diárias, em virtude da circulação cerebral por baixa quantidade de água que faz o sangue ficar mais "viscoso" e "grosso", de circulação mais lenta.
Vale lembrar que é sempre bom evitar bebidas alcoólicas, ou não alcoólicas, que apesar de serem diuréticas evitam que se beba a água.
Evite também, a ingestão de água pelo menos meia hora antes do almoço, para não prejudicar a digestão.
Uma curiosidade: Há trabalhos científicos evidenciando que muitos tratamentos com medicações orais, sobretudo anticoncepcionais, terapia de reposição hormonal e anti-hipertensivos não alcançam o devido sucesso em virtude da baixa ingestão de água por parte do paciente; isto se deveria tanto à má circulação da substância pelo corpo quanto à má absorção da mesma no intestino, processo este dependente da água como veículo de transporte para a substância.
Ícaro Alves Alcântara
Revista UNICEUB - Ano IV - Abril 2003 - Nº 8
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